A lista de tarefas domésticas parece não ter fim: preparar refeições, limpar a casa, lavar e passar roupas, guardar os objetos no lugar… Porém, é fato que elas fazem parte da rotina de todas as famílias e precisam ser executadas a fim de garantir um ambiente limpo e harmonioso. Afinal, viver em meio à bagunça gera estresse, confusão e perda de tempo, não é mesmo?
Compartilhar as responsabilidades pelo cuidado com a casa entre os membros da família, desde pequenos, é fundamental para a organização, mas, também, colabora para a educação dos filhos, pois, ao realizar alguns encargos, por mais simples que sejam, eles têm a oportunidade de desenvolver habilidades e valores para toda a vida.
Nesse artigo, vamos conversar um pouco sobre esse tema e apresentar algumas dicas para implementar essa prática no seu lar.
Senso de responsabilidade:
Ao envolver todos da família nas tarefas domésticas, cria-se um senso de responsabilidade compartilhada. As crianças aprendem, desde cedo, a importância de contribuir para o bom funcionamento da casa. É possível adaptar os encargos de acordo com a faixa etária e/ou capacidade; quando pequenos, muitas vezes, até aprendem “brincando”! Que tal começar com um convite para ajudar na cozinha? Pode ser preparando uma receita, secando a louça limpa…
Embora não pareça, mas os filhos se sentem muito felizes e valorizados quando ajudam! É claro que é importante ensinar e supervisionar – e isso, no início, dá um pouco de trabalho. Mas, quando se trata de educar, não há atalhos: é preciso paciência e constância. Com o tempo, os frutos desse empenho chegam, a partir do desenvolvimento da capacidade de iniciativa e de autonomia.
Por fim, quando todos participam das tarefas, evita-se a sobrecarga, promovendo relações mais saudáveis e equilibradas.
Aprendizado de habilidades e valores:
As tarefas domésticas fornecem uma oportunidade valiosa para o aprendizado de habilidades que envolvem limpeza, organização, culinária, entre outras. Além da parte prática, os filhos aprendem valores importantes como serviço, generosidade, ordem, diligência, laboriosidade e trabalho em equipe, dispondo de uma base sólida para cuidarem de si mesmos e de seus lares no futuro.
As crianças se sentem confiantes quando fazem suas tarefas, pois conseguem observar, concretamente, os resultados e os benefícios de um trabalho executado. Por exemplo: ao guardar e manter organizados seus brinquedos, elas podem visualizar melhor os itens disponíveis, encontrando-os com mais facilidade e evitando perda de tempo. Além disso, ao dispor esses materiais de maneira adequada, contribuem para uma maior durabilidade, aprendendo, também, a cuidar e a valorizar o que têm.
Uma rotina bem estruturada é outro fator importante para o bom desenvolvimento dos nossos filhos, o que significa ter um momento para cada atividade, incluindo brincadeiras, estudos, descanso, oração e algum tipo de encargo de acordo com suas capacidades.
Diálogo e envolvimento:
Há um ditado popular que ensina: “o combinado não sai caro”. Portanto, uma das primeiras atitudes para envolver a família nos cuidados domésticos é ter uma conversa franca e aberta sobre a importância e os benefícios para o lar. Depois, divida as tarefas de acordo com a idade, as habilidades e a disponibilidade de tempo de cada um.
Em seguida, estabeleça uma rotina e, se ajudar, crie um cronograma para que todos saibam por quais tarefas são responsáveis e em quais dias da semana devem realizá-las e deixe-o num lugar visível para todos. Com crianças pequenas, você pode utilizar desenhos, por exemplo.
No começo, é importante supervisionar a execução até que todos “engrenem” na nova rotina estabelecida. Por fim, não esqueça de reconhecer e valorizar o esforço de cada um, elogiando e expressando gratidão por seu trabalho.
Sugestões de encargos:
Observando a idade, a fase de desenvolvimento e as características de cada filho, é possível dar-lhe algum encargo doméstico. No início, são tarefas simples, supervisionadas pelos pais, até evoluir para trabalhos mais elaborados e que podem ser realizados de maneira autônoma.
A seguir, vão algumas sugestões de encargos. Essa lista pode servir como ponto de partida, e cada família deve avaliar o que se enquadra na sua realidade.
2 a 3 anos:
Jogar fraldas no lixo; recolher brinquedos; guardar sapatos; colocar a roupa suja no cesto.
4 a 5 anos:
Guardar e organizar brinquedos; organizar livros na prateleira; ajudar a dar banho no cachorro; regar as plantas; dobrar o pijama.
6 a 7 anos:
Arrumar a cama; limpar o quarto; dobrar e guardar a roupa no armário; colocar e limpar a mesa; lavar louças simples; alimentar os animais de estimação.
8 a 9 anos:
Passar aspirador de pó; recolher e pendurar roupas do varal; preparar lanchinhos; colocar o lixo para fora; ajudar a lavar a área externa.
10 a 12 anos:
Lavar os sapatos; limpar a cozinha; lavar o carro; ajudar a cozinhar refeições.
13 anos ou mais:
Lavar o banheiro; cozinhar refeições; passar roupa; ajudar a fazer compras no mercado e a cuidar dos irmãos mais novos.
Um lar bem cuidado:
Envolver todos os membros da família nas tarefas domésticas é uma prática que traz benefícios para o lar. Cria-se, com isso, um espaço para experiências e momentos compartilhados. A execução de tarefas juntos também pode ser uma oportunidade para conversas descontraídas, risadas e até mesmo para conhecer melhor uns aos outros, promovendo um ambiente de colaboração e fortalecendo, ainda mais, os vínculos familiares. Tudo isso sem contar os ganhos para a educação dos filhos, que se consolida a partir do ensinamento de habilidades práticas e de virtudes fundamentais como generosidade e serviço ao próximo.